segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Copa Nissan Sudamericana X Copa Toyota Libertadores


Toda a vez que escrevo sobre a Copa Nissan Sudamericana, alguém sempre envia um comentário de que a competição não tem a mesma tradição da Copa Santander Libertadores e que os times participantes não são os principais nos seus respeticvos países (o argumento preferido, aliás, de quem ficou de fora da competição).

Na prática, porém, essa realidade não é bem assim. Nem vou me envolver na polêmica em torno da suposta vaga à Libertadores do ano que vem, pois a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) apenas está pensando numa espécie de Plano B para a pendenga que envolve a Federação Peruana e que será punida com rigor pela FIFA em caso de permanência do ministro de esportes de lá no cargo de presidente de entidade. Independente disso, há vários pontos positivos relacionados à competição.

A Sul-Americana logo na primeira edição do evento já emplacou um patrocinador e desde o início foi chamada de Copa Nissan Sudamericana. A Libertadores levou quantos anos para isso? Tudo bem que eram épocas diferentes, mas não lembro quando a Toyota começou a patrocinar a Libertadores. Independente disso, porém, a idéia da Sul-Americana nasceu já com um patrocinador associado a ela, o que é sempre positivo. Isso significa que a Libertadores tem uma importância menor? Absolutamente! São as duas principais competições do futebol latino-americano (já que não podemos esquecer a participação dos mexicanos) e que tendem ambas a se fortalecerem ainda mais.

Outra coisa: com a participação do Internacional na final da competição, quebrou-se o paradigma de que nenhum clube brasileiro havia chegado à final. Além da premiação e do aumento da auto-estima da torcida (com reflexos diretos na venda de produtos, renda dos jogos e no plano de associação), é preciso considerar a projeção do clube no mercado internacional, já que mais de 70 países recebem os jogos da Sul-Americana pela televisão, ou seja, é a legítima globalização da marca do clube. O título também vale a presença em mais uma disputa internacional, a Recopa Sul-Americana. Como o Internacional já conquistou a competição em 2007, é a chance do clube disputar o bi-campeonato pelo "outro lado", agregando novamente mais receita e uma projeção ainda maior. Caso se confirme a punição à Federação Peruana e o Internacional conquista o título, ele disputará no ano do seu centenário a Libertadores da América, a Recopa Sul-Americana e a Copa Sul-Americana, ou seja, algo inédito na história do futebol sul-americano. Poderia ter algo melhor do que isso?

Por fim, pergunte aos executivos da Traffic sobre a primeira final de um clube brasileiro na final da Sul-Americana. A empresa promove a competição junto com a Torneos y Competencias, da Argentina, e sabe que a presença de um time brasileiro na decisão significa a possibilidade de bons negócios com mais empresas brasileiras nas próximas edições.

São alguns exemplos de que muita coisa está em jogo na final da Sul-Americana. O adversário colorado agora é o Estudiantes, de La Plata, time de Verón, na minha (modesta) opinião, um dos melhores meio-campistas da história do futebol mundial e os dois jogos acontecem nas próximas quartas-feiras, dia 26 de novembro e dia 03 de dezembro.

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