quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uma visão brasileira na final da Copa da UEFA

O são-paulino Edney está na Turquia há alguns anos, onde mora e trabalha em Ankara. Fanático pelo São Paulo e pelo futebol, Edney vira e mexe acompanha jogos do Campeonato Turco e ontem aproveitou a final da Copa da UEFA e foi para Istambul, a antiga e mítica Bizâncio, para assistir Shaktar Donetsky x Werder Bremen. Seu relato é ótimo e dá-nos uma boa visão sobre algo simplesmente ainda impensável para nós, sul-americanos.

Ou alguém se imagina indo ao Maracanã ou Morumbi ou Mineirão ou Beira-Rio para assistir a uma final de Sul-Americana entre Pachuca x Universidad Catolica?
Vamos ao relato do Edney, que foi escrito e postado na lista de discussão da SPNet, originalmente:

“Foi realmente uma experiência extraordinária. Tenho pra mim que tais oportunidades não podem ser perdidas e lá fomos (eu e um amigo) direto para Istambul, saindo de Ankara às 14h30, para percorrer cerca de 430Km até o palco do que seria pra nós uma experiência nova, diferente.

O jeito das pessoas no entorno do estádio é diferente; são gritos organizados! Mas não de guerra… sempre em prol do time que amam e pelo qual estão ali para torcer. Bom, após uma viagem tranquila de 4h (as estradas são ótimas), chegamos àquela confusão de Istambul e demoramos um bocado até conseguirmos nos localizar. Estacionado o carro e após um lanche rápido, adentramos ao estádio, e já o primeiro choque: tudo organizado, limpo, sereno (claro que talvez num derby local tudo fique mais confuso).

Rapidamente nos levaram até os nossos lugares e pronto. Estava lá prestes a ver ao vivo e em cores algo que nunca havia imaginado ser possível.

O que mais me impressiona é o tratamento comercial que dão a esses jogos; haviam narradores e animadores para os dois times, falando em inglês, turco e na língua de cada um eles, chamando as torcidas à festa. É, literalmente aquilo foi uma festa de futebol, e não uma guerra como infelizmente temos visto.

As bandeiras! Ah como são lindas as bandeiras no estádio. Até já me esqueci de como isso é mágico, dado que não assistimos a esse espetáculo há muito tempo em São Paulo.Hinos dos clubes e músicas de exaltação, os jogadores são anunciados para o aquecimento e dá-lhe gritaria!
Os times entram em campo no horário exato marcado para o jogo e até contagem regressiva tem, acompanhada pelos telões no campo. Fantástico!

Tudo pronto, times escalados, o Werder com o seriíssimo desfalque do Diego (para a partida final jogadores não deveriam ser suspensos por causa de cartões amarelos,tira o brilho!) e o Shakhtar com uma esquadra de brazucas, do meio pra frente só brasileiro e o cara ao meu lado já me dizia: “Tô com medo dos brasileiros.”

Por um momento pude relembrar nas minhas memórias as palavras do saudoso Fiori Giglioti: “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo!”. Sensação bacana!

A proposta dos times era semelhante, mas o time ucraniano me surpreendeu, pois no começo alternava numa formação incomum. Quando saía com a bola de trás, posicionavam-se num 4-2-4 e trocavam bolas até aparecer uma brecha em um dos lados do campo, para lançamentos cruzados e longos tentando alcançar Ilsinho e Willian, e quando defendiam voltavam ao 4-4-2 normal.

Aliás, nosso ex-ala (do São Paulo, lembrem-se que o Edney é são-paulino) ontem atuou como um autêntico atacante, aberto pela ponta. Logo no começo o Shakhtar trocava bola pela pontas e chegou fácil em alguns momentos mas por detalhes não saiu logo na frente, e o time alemão demorou até entender o sistema tático ucraniano. Mas justamente quando os alemães começavam a impor sua força física, numa falha da zaga o Luis Adriano pega livre e com um sutil toque encobre o bom goleiro do Werder… Festa total!

Mİnutos após o gol o Werder ganha espaço e chega ao empate numa falha ridícula do goleirão ucraniano. Alemães novamente no jogo… Ah, mais um gol brazuca (agora, Naldo). E o jogo continuava na mesma dinâmica.. o Shakhtar trocando passes até encontrar alguém para lançar, e o Werder tentando entrar na base da força, com o perigoso Pizarro passando perto de todas as bolas alçadas na área ucraniana, com pouca emoções reais, dado ser um jogo decisivo, mas era uma partida taticamente muito interessante de ser vista…

E assim terminou o tempo regulamentar.

Veio a prorrogação e novamente o paciente time ucraniano achou a brecha que esperava e num daqueles lançamentos longos achou o ala (muito bom por sinal) que cruzou na medida para o pé de Jadson (the man of the match) colocar o ti Shakhtar na frente. A partir daí foi com grande categoria que seguraram o Werder (que pra mim sentiu demais a ausência do Diego), até o apito final.

Depois toda aquela festa protocolar, a saída tranquila, todos procurando seu caminho, sem problemas.

Cheguei a Ankara às 5h30 e estou morto, mas absolutamente feliz pela oportunidade de ter visto de perto um evento de tamanha beleza.

Pra quem quiser e puder, eu recomendo. E agora parto para o programa de talvez no próximo ano assistir a uma final da Champions League.Mando algumas fotos meio ruins, pois a qualidade da máquina não ajudou…rs
Um grande abraço a todos.

Edney”
FONTE: BLOG OLHAR CRÔNICO ESPORTIVO

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